Caseiro é condenado a 16 anos de prisão por matar corretora de seguros na Bahia
21/11/2024
(Foto: Reprodução) Corpo da vítima foi encontrado enrolado em tapete dentro da casa onde morava. Homem foi localizado no mesmo imóvel, em Lauro de Freitas, onde trabalhava há seis anos. Caseiro é condenado a 16 anos de prisão após matar a patroa na Bahia
O caseiro Anderson da Hora Santos foi condenado a 16 anos de prisão por matar a corretora de seguros Marileide Santos Silva, de 40 anos, em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador (RMS). O julgamento aconteceu nesta quinta-feira (21), no Fórum Criminal do município, pouco mais de um ano após o crime.
O júri popular foi composto por quatro mulheres e três homens. Anderson da Hora foi condenado pelos crimes de homicídio qualificado e vilipêndio de cadáver, isto é, quando há o ato de "desrespeitar, ridicularizar, ofender a honra" do corpo de uma pessoa morta".
Marileide foi encontrada morta no dia 21 de setembro de 2023, enrolada em um tapete na casa onde morava. De acordo a denúncia oferecida pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA), que atuou no caso, o caseiro tentou manter relações sexuais com a vítima, que tentou se defender. Diante da recusa dela, Anderson golpeou a corretora de seguros várias vezes na cabeça, com um pedaço de madeira. As agressões causaram o óbito.
Após agredir a mulher, o caseiro teria tirado a roupa e abusado sexualmente da vítima, que já estava sem vida. [Veja detalhes abaixo]
O laudo de necropsia realizada no dia 22 de setembro estimou que o óbito aconteceu entre 48h e 120h, logo, no intervalo entre os dias 17 e 20 do mesmo mês. O documento apontou lesões na cabeça da vítima, especificamente no lado direito. Além disso, havia ferimentos no braço, antebraço, punhos, coxa, joelhos e fratura no nariz.
Caseiro da residência trabalhava com Marileide há 6 anos
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Veja abaixo algumas das conclusões do MP-BA sobre o caso:
👉 A vítima foi encontrada no jardim de inverno da casa, deitada, coberta com um tapete branco, sobre uma colcha cinza e duas almofadas;
👉 O corpo dela apresentava lesões contusas na cabeça e estava nu , usando apenas um bustiê;
👉 O laudo de local de crime evidenciou que havia manchas de sangue humano nas paredes e em um vaso de planta no local onde a vítima foi encontrada morta;
👉 Também havia um cabo de madeira de instrumento agrícola que apresentava manchas de sangue humano.
👉 O MP-BA informou que tudo indica que a vítima foi fortemente golpeada na cabeça até perder a vida;
👉 No corpo da vítima foram coletadas amostras nas regiões anal e vaginal, tendo o laudo pericial identificado a presença de sêmen, o que demonstra que ela foi abusada sexualmente.
O órgão estadual informou que o caseiro foi interrogado pela Polícia Civil e negou ter cometido o crime. Anderson afirmou que ingeriu um comprimido de paracetamol com codeína e "apagou", só acordando no dia seguinte, no Hospital Menandro de Faria, sob custódia policial. Ele disse também, em depoimento, que considerava a vítima como uma mãe, porque "ela lhe dava de tudo e os dois moravam juntos há seis anos".
Uma das testemunhas ouvidas na investigação declarou para a polícia que Marileide havia contado que suspeitava que o caseiro tinha algum interesse amoroso por ela, porque já tinha visto, em certa ocasião, ele a observando com o pênis ereto. A testemunha, que não teve nome divulgado, acrescentou que questionou se isso não seria perigoso, contudo, a vítima teria justificado que confiava no funcionário.
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Vizinhos sentiram falta da vítima
Testemunhas relataram que fizeram contato com Marileide pela última vez quatro dias antes da morte ter sido divulgada. De acordo com informações de vizinhos, era possível sentir um forte odor nas imediações da casa da vítima.
Além disso, ela tinha muitos bichos de estimação e do lado de fora da moradia era possível observar a inquietação deles. Marileide era protetora voluntária e cuidava de cerca de 50 animais. Entre eles, estavam 31 gatos e sete cães, dos quais estavam mortos seis felinos e um cachorro.
Amigos da vítima estranharam a movimentação dos bichos, a falta de notícias e foram até o imóvel. Segundo eles, o corpo foi encontrado com marcas de violência e o rosto de Marileide estava desfigurado.
Na época do ocorrido, uma vizinha, que preferiu não se identificar, disse não notou o sumiço da corretora, mas sim do caseiro, porque o via regularmente pela manhã.
"Nos últimos dias, a porta da sala estava aberta, o cachorro não parava de choramingar e o gato miava o tempo todo. Ele acordava bastante cedo e eu saía cedo, então eu via ele sempre limpando o jardim, o que não aconteceu mais", relatou.
Corretora foi encontrada morta em Lauro de Freitas, na RMS
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